domingo, 4 de maio de 2008

Dia da Mãe

Celebra-se hoje, em todo o mundo, o Dia da Mãe.
Na minha vida este é um dia comum, não celebro absolutamente nada. É exactamente igual aos outros dias. A celebrar-se, este dia dia devê-lo-ía ser durante o ano inteiro. Assim como o Dia do Pai, o Dia dos Namorados, o Dia da Paz, o Dia dos Deficientes, o Natal... por aí fora.
Acho uma hipocrisia pegada celebrarem-se dias "especiais". Dias especiais, para mim, são o aniversário, por exemplo, de alguém ou de um acontecimento específico. Nada mais.
Muito menos celebro este dia quando estou precisamente a meio de uma crise existencial.
Sou mãe. Será que o deveria ter sido? Será que o tenho sido por inteiro? Terei capacidade para sê-lo?
Sou filha também. De quem? Quem é a minha mãe? Alguma vez a tive? Aquela pessoa com quem poderia contar em todas as horas, nas boas e nas menos boas?
Não sei o que isso seja. Ter alguém que diz que um dia me deu à luz não justifica que a considere "mãe" na total acepção da palavra, embora seja esse o título que use para me dirigir a ela.
Alguém que me aponta o dedo desde que tenho noção de existir, que não consigo recordar um carinho sequer, quem é? Alguém que me telefona para saber se já arranjei trabalho mas que é incapaz de perguntar como estou a sobreviver a tudo isto, como me sinto, se preciso de algo (um gesto de solidariedade é tão simples...), quem é? Não faço a menor ideia...
Só queria saber quem sou afinal, o que ando neste mundo a fazer. Tenho a certeza que se desaparecesse, as únicas pessoas que iriam recordar-me para sempre seriam os meus filhos. E mesmo eles, não consigo jurar que o fariam pelas razões óbvias.
Só lamento que se aproveitem destas datas "especiais" para apelar ao consumismo. Afinal, não servem para mais nada.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá,

Só mesmo para te dizer que estou
inteiramente de acordo.
BJ.
MJ