segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Constatando...apenas


"Deus escreve certo por linhas tortas", já a minha avó dizia.
E é bem verdade...
Vou tentanto sobreviver a uma situação que me magoou imenso, ainda magoa, e vou analisando toda a cronologia dos acontecimentos...continuo a não acreditar em coincidências...
De cabeça fria, consigo agora ver o seguinte:
O meu problema súbito de saúde parece que não podia ter acontecido em momento mais propício. Obrigou-me a ficar em casa, contrariada, é certo. Uma semana antes já eu devia ter ido ao médico...mas era o dia dos meus anos e tinha um jantar importante (que tonta...!). E confesso que odeio ir ao médico, mesmo com justificação para isso. No entanto, o facto de estar em casa quando a "bomba" rebentou foi-me muito útil. Essencial, até. Porque tive todo o tempo necessário para ir ao fundo do problema, escarafunchá-lo até ao mais ínfimo pormenor. Se eu não estivesse retida em casa, nunca teria conseguido lidar com o assunto e trabalhar ao mesmo tempo...com toda a certeza...
Fui apanhada de surpresa, foi um choque que nunca me passou pela cabeça que iria acontecer. Não a mim. Eu não merecia. Eu não mereço.
Talvez o preço a pagar esteja a ser muito elevado, afinal acabei por ficar desempregada... Mas tê-lo-ía ficado na mesma...afinal a justificação foi o decréscimo de trabalho, não a minha baixa por doença...
Agora, ainda o facto de estar desempregada me tem ajudado. Tenho a minha atenção focada em coisas importantes, tais como entrevistas, anúncios, etc... Não passo mais o dia a matutar na minha pouca sorte. Aos poucos vou-me convencendo que não fui eu que o perdi, antes foi o contrário. Por eu valho muito mais que ele, que não teve carácter. Nem coragem sequer para me enfrentar olhos nos olhos e aceitar que errou, ou pedir-me desculpa...aliás, ele é que está certo...eu é que errei, segundo ele...enfim...
Ainda não passa um só dia em que não me lembre de episódios, situações, conversas...enfim...Mas evito pensar. Sei que ao pensar "não quero pensar", já estou a pensar...Mas estou a conseguir, aos poucos. Embora ainda sinta muitas saudades, apesar de tudo, estou a conseguir levantar a cabeça e seguir em frente.

Afinal, amanhã é outro dia.
O sol vai nascer outra vez.