quarta-feira, 9 de julho de 2008

Amar não é...

Amar não é andar contigo ao colo,
é segurar-te as mãos enquanto te ensino a andar...

Amar não é enxugar-te uma lágrima,
é ensinar-te que chorar também faz parte da vida...

Amar não é perdoar-te por cada disparate,
é ensinar-te a evitar fazê-los...

Amar não é contar-te uma anedota,
é mostrar-te o lado risonho da vida...

Amar não é prender-te,
é deixar-te solta,
livre para quereres voltar para mim...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

De tantas pessoas que conheço e que dizem que posso sempre contar com elas para desabafar, é mais forte que eu. Não consigo verbalizar o que sinto realmente. Defeito, provavelmente, defeito e de fabrico. Esta mania de esconder sentimentos é horrível. Não sei porque sou assim, apenas sou. Até com a família sou assim. Muito raramente consigo demonstrar o quanto gosto das pessoas. Muitas pessoas acham que sou uma pessoa fria precisamente por isso.
No entanto, uma coisa eu tenho de bom. Quando é vital, seja para o que fôr, deito tudo para fora, como um vulcão. A surpresa é, na maioria das vezes, assutadora.
Foi o que fiz. Esventrei-me de tudo o que ía na alma. Abri o coração de todas maneiras, consegui verbalizar tudo, dúvidas, receios, afectos, amor... De nada valeu. Quando o interlocutor está propositadamente de ouvidos tapados e alma trancada, é difícil fazermo-nos ouvir.
Erro muito, muitas vezes. Vou do extremo de não errar ao errar com todas as letras. Não diminuindo a gravidade dos erros, tenho pelo menos a humildade de os reconhecer e tentar emendá-los. Nem sempre consigo.
Para ti, que sei que vais ler, porque apesar desse tua tentativa desesperada para me ignorares e demonstrares o teu desprezo, não consegues cortar o cordão umbilical:
Lamento, meu Deus, como lamento, ter-te dito palavras tão duras. Posso não ter nada na vida, sabes que não tenho mesmo. Mas o meu amor por ti e pelo teu irmão tem-me preenchido todos estes anos, é por vocês que me anulei enquanto mulher, é por vocês que estou viva, lembras-te?
Naquela hora em que estava prestes a desistir de tudo, foste tu quem me chamou e disseste "mãe, eu estou aqui." Não vou esquecer NUNCA.
Lamento que a minha luta não tenha dado o resultado que eu tanto queria e que vocês tanto merecem. Mas eu não sei o que hei-de fazer mais... Estou esgotada, não sei onde ir buscar mais forças... Não me abandones tu agora. Eu preciso de ti, mais que nunca. Como tu sempre me tiveste ao teu lado. E continuo aqui, com as nossas diferenças. Não me exijas mais provas de amor, eu já te dei todas. Ou será que não? Diz-me o que mais queres de mim. Tornei-me numa pessoa solitária, sem vida, para vos dar tudo, amor, atenção, não tenho mais nada...apenas isso. Aceita o pouco que tenho para te dar. Só te peço que me aceites como sou. Foi assim que te acolhi no colo, ainda ensanguentada e ligada a mim. Como um todo. É esse todo que amo, mais que a mim, mais que a qualquer pessoa que possa cruzar-se no meu caminho.