quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Intuição, pressentimentos e outras porcarias do género

Desde que fui mãe, assolaram-me umas "coisas" que até então desconhecia.
Eu comecei por atingir estados de ansiedade extrema, algumas vezes, quando não tinha algum dos meus filhos na minha presença, por exemplo. Posteriormente, verificava a ocorrência de algum incidente entretanto ocorrido...
Por exemplo, em relação à minha filha.
Asmática desde bébé - tinha 2 meses quando começou a usar cortisona... Nem sei como não tem problemas cardíacos, mas...os exames regulares que tem que fazer assim o indicam, graças a Deus. Não terá sido de imediato, mas cada vez mais frequentemente eu pressentia um ataque de asma. Não por algum sinal que ela desse, até porque eles surgiam do nada, num clic. Mas, à medida que ela foi crescendo, cada vez mais eu os pressentia. Dava por mim a acordar durante a noite, inexplicavelmente. Uma inquietação terrível. Até que, por fim, eles surgiam. Mas é apenas um exemplo. Até quando lhe surgiu a 1ª menstruação...Não consigo explicar a urgência que sentia de falar com ela, a meio da manhã naquele dia... Assim que saí para almoçar, liguei-lhe. Ela estava eufórica, hehe...Chorámos as duas, parecíamos umas tontas. Não sei explicar, mas eu senti que tinha que falar depressa com ela, havia qualquer coisa urgente para ser comunicado, sei lá...
Com o meu filho, é a mesma coisa. Com maior tendência para os problemas, não de saúde mas de outra ordem.
Eu "senti" quando ele partiu o tornozelo. Eu nunca o ía buscar à escola. Ele já era "grande", como ele gostava de afirmar, e vinha a pé para casa. Não vinha sózinho, é claro, nem a escola ficava longe, uns 300 metros de casa, mais ou menos, mas eu só descansava quando ele chegava. Naquele dia eu "tinha" que ir buscá-lo. Não sei explicar, mais uma vez... Mas tinha que ir, e fui...
Quando ele fugiu de casa, aos 9 anos. De manhã comeu o pequeno-almoço em silêncio, logo ele, que era uma gralha (ainda é!!!!). Estranhei. Perguntei se estava tudo bem. Estava. Mas não fiquei bem. Passei a manhã desconcentrada. Lembro-me que tinha uma reunião muito importante nesse dia, mas não consegui organizar nada de jeito... Uma inquietação, um mau-estar, um nervosismo...uma colega até brincou e comentou que eu estava com receio de falhar alguma coisa na reunião - eu não costumava falhar, era até bastante convincente nos argumentos que apresentava. Uma hora antes da reunião o telefone tocou. Fiquei a olhar para ele estática. A minha chefe, que estava na secretária ao lado, é que se levantou para atendê-lo... Sem saber explicar, mais uma vez, comecei a chorar compulsivamente, mesmo sem saber com quem ela estaria a falar...
Tantas outras situações...têm sido quase 20 anos nisto... Por um lado, consigo "preparar-me" para o que eu sinto que virá. Regra geral não é nada de bom, por isso começo a reunir forças para enfrentar o que quer que seja. Assim, quando chegar, já não fico em estado de perplexidade e reajo de imediato. Por outro, é terrível. Chamo a isso "sofrer por antecipação". Porque chega a ser esse mesmo o meu estado de espírito. E é angustiante.
Falo em tudo isto não porque me apetece, mas porque é o que tem vindo a acontecer, desde há uns dias para cá.
Um estado eufórico, um nervosismo inexplicável, um estado de ansiedade permanente. As insónias...as malditas insónias...
Factos recentes levaram-me inclusivé a interpretar erradamente todos estes sinais. Justifiquei-me com um acontecimento recente quando, na verdade, não seria exclusivamente a esse acontecimento que se devia tanto nervosismo.
O meu filho teve uma decepção muito grande que o atirou para um estado de tristeza muito profundo. E eu não sei o que fazer para o animar. Até a irmã tem andado de volta dele para o animar e nada...
Neste momento só queria ser capaz de fazer com que toda a dôr que ele sente passasse para mim e o aliviasse. Mas não sei como fazê-lo...

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